quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Criação

Criação

A teoria da evolução “é considerada a maior idéia na história do pensamento. Foi assim que acabou sendo escrita”; parece estarmos diante de um docudrama sobre os dilemas científicos do naturalista Charles Darwin, mas no filme criação, sua teoria mal é citada. A ação inicia em 1851 com a morte de Annie – que durante o filme não passa de um espectro a assombrar o pai – Ela tinha dez anos e era a filha mais velha de Charles e Emma Darwin. Annie morrera de escarlatina.
Em 1851, fazia mais de uma década que Darwin havia descoberto o mecanismo da seleção natural, sobre o qual mantinha segredo. Ele apenas admitia discutir o assunto com seus colegas mais íntimos – e Emma. Darwin receava a previsível reação da sociedade vitoriosa, e não colocava sua teoria no papel – apesar da insistência de seus amigos, principalmente Thomas Huxley, que chegou a dizer, “O senhor matou Deus sir!” – Na época, acreditava-se que todas as espécies eram imutáveis, fruto da criação divina. Ao propor que as espécies evoluem e se diferenciam, Darwin tiraria de Deus o papel da criação.
Emma era muito religiosa e temia ser separa de seu marido pela eternidade. Tinha certeza que, ao morrerem, ele iria para o céu e Darwin cairia para o inferno.
O impasse acabou em 1851.A perda de Annie foi o divisor de águas. A perda da fé removeu o principal empecilho para a publicação da teoria. Darwin havia recebido um calhamaço enviado da Indonésia pelo naturalista Alfred Russel Wallace. De forma independente, Wallace havia chegado as mesmas conclusões de Darwin.
Criação é um acerto de conta entre o naturalista, o marido e o pai. O filme é uma forma inteligente de celebrar a memória de um gênio. E de enxerga-lo não como um monstro sagrado da ciência, mas um homem sensível.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O Pantanal é considerado a maior planície continua inundável do mundo, com 140 mil quilômetros quadrados. A cada ano, a natureza repte o espetáculo de cheias: entre outubro e abril, a região se transforma em um mar de água doce, responsável pela renovação da flora e da fauna, rica e abundante.  O Pantanal é parte da Bacia do Alto Paraguai (BAP). A BAP é formada por uma 
extensão aproximada de 600.000 km2 mil, dos quais 61% encontram-se no Brasil, 20% na Bolívia e 19% no Paraguai. No Brasil, a bacia abrange parte dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Três elementos principais formam a BAP: os planaltos e elevações maiores, que abrangem a maior parte da bacia; a planície, que é o Pantanal, na posição central; e as elevações residuais adjacentes à planície e suas depressões. A densidade de espécies da fauna nativa é considerada uma das maiores do planeta, comparável às áreas de savana da África. Pesquisadores já identificaram mais de 650 espécies de aves, 262 de peixes, 1.100 de borboletas, 80 de mamíferos e 50 de répteis. No que se refere à flora, foram identificados 1.700 espécies.

Diversos biomas influenciam o Pantanal, como o Cerrado, a Amazônia, a Mata Atlântica e o Chaco Paraguaio. Esse fato, somado aos ciclos anuías de cheia e seca, contribui para a manutenção da biodiversidade encontrada na região. Durante os meses de outubro a abril, as chuvas aumentam o volume das águas dos rios. Devido à pouca declividade do terreno, às águas extravasam seus leitos e inundam a planície pantaneira, fazendo das cheias uma das principais características do local.

Após o período de cheias, as águas baixam lentamente voltando ao leito dos rios. Ficam depositados nos solos os sedimentos, nutrientes e matérias orgânicas trazidas pelas cheias, necessários para a fertilização dos vários ecossistemas. Os principais rios que compõem as sub-bacias da BAP no Brasil são: Paraguai, Cuiabá, São Lourenço, Itiquira, Correntes, Taquari, Negro, Aquidauana e Miranda. Cerca de 80 municípios brasileiros situam-se na BAP, dos quais 50 em Mato Grosso do Sul e 30 em Mato Grosso. Nas ultimas décadas, a região vem sofrendo alterações em seu equilíbrio natural decorrentes das atividades produtivas praticadas principalmente no planalto.